Uma vez, um amigo meu, já velho e também amigo de uns copos e de outras andanças, que, como diz Torga, a carne é fraca, dizia-me com um ar entre a esperança e a resignação de quem não resiste muito às tentações, “as pessoas deviam nascer com um semáforo na cabeça, quando pensassem em dizer ou fazer certas coisas, se o semáforo ficasse verde, podiam dizer ou fazer à vontade, se ficasse amarelo teriam que ter cuidado com o que diziam e faziam, com o vermelho, era melhor ficar calado e quieto”.
A ingenuidade do meu velho amigo não lhe permitia perceber que os semáforos, às vezes, só atrapalham, por isso, inventaram as rotundas. Também não percebia que, embora pareça fácil, uma pessoa conduzir-se é uma tarefa difícil, sobretudo com o trânsito cada vez mais complicado que temos. Não percebia que, às vezes, por falta de energia ou picos de energia a mais, os semáforos deixam de funcionar. Não percebia que, alguns de nós, em diferentes circunstâncias, ganhamos uma espécie de daltonismo selectivo, só vemos as cores que nos interessam.
E não percebia, finalmente, que se tivéssemos um semáforo na cabeça, muita gente quereria ocupar a sala de controlo do sistema.
A ingenuidade do meu velho amigo não lhe permitia perceber que os semáforos, às vezes, só atrapalham, por isso, inventaram as rotundas. Também não percebia que, embora pareça fácil, uma pessoa conduzir-se é uma tarefa difícil, sobretudo com o trânsito cada vez mais complicado que temos. Não percebia que, às vezes, por falta de energia ou picos de energia a mais, os semáforos deixam de funcionar. Não percebia que, alguns de nós, em diferentes circunstâncias, ganhamos uma espécie de daltonismo selectivo, só vemos as cores que nos interessam.
E não percebia, finalmente, que se tivéssemos um semáforo na cabeça, muita gente quereria ocupar a sala de controlo do sistema.
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