quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

CRIANÇAS SEM APOIO EDUCATIVO, NÃO SÃO UMA PREOCUPAÇÃO

Este texto que coloquei no dia 21 aponta para outro excelente exemplo das avaliações independentes ao sistema que estão a servir para, supostamente, legitimar o que tem sido a PEC - Política Educativa em Curso

Continua a prática e o discurso delinquente em termos éticos do Dr. Lemos. Depois do ruído causado pela reforma da chamada educação especial, designadamente com a introdução da ideia de elegibilidade das crianças para apoio educativo com base na Classificação Internacional de Funcionalidade reduzindo dramaticamente os apoios disponibilizados a crianças com necessidades educativas especiais, que em qualquer agrupamento de escolas pode ser comprovado, vem agora anunciar a avaliação do sistema. Na apresentação de hoje, ainda consegue afirmar, estou a citar o site Educare.pt, que não o “preocupa” o facto da CIF ter deixado muitas crianças sem apoio. Sabemos disso, crianças sem apoio não é coisa que o preocupe, e por isso, a delinquência das decisões. Mas também interessante é organização da avaliação anunciada. O dispositivo de avaliação da utilização da CIF é da responsabilidade do Professor Rune Simeonsson, o autor da … adivinharam, da CIF. Que avaliação resultará? Um doce a quem acertar. A coordenação da avaliação é da responsabilidade da Professora Manuela Sanches Ferreira que num Congresso Internacional sobre Funcionalidade Humana realizado em Lisboa, em Novembro de 2008, apresentou uma comunicação intitulada “A CIF como novo paradigma de intervenção e avaliação” integrada num painel sobre a temática educação. Adivinhem qual será o resultado da “avaliação” da utilização da CIF em educação? Mais um doce a quem acertar (vou esgotar os doces). Não quero duvidar da integridade ética e científica das pessoas em causa, mas dos critérios de escolha do ME, esses sim, de duvidosa integridade.
Decididamente, esta equipa do ME não acerta em matéria de avaliação.

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