Foi hoje divulgado pela OCDE o habitual relatório anual “Education at a Glance 2017”. O Relatório merece
leitura e a ele iremos voltando começando por uma referência aos ainda
preocupantes números do abandono escolar. Portugal, dados de 2015 tem ainda a
taxa mais elevada dos países da OCDE relativamente ao abandono da escolaridade
sem cumprir o ensino secundário, já considerado na escolaridade obrigatória em
2015, 35% o que é de facto significativo.
No entanto, é de considerar que
entre 2005 e 2015 o número de alunos que concluiu o ensino secundário subiu 32%
e que com o alargamento da escolaridade obrigatória Portugal foi o país que
mais aumentou a frequência do sistema de ensino por alunos com 18 anos.
Importa, pois, incrementar o combate
ao abandono escolar.
Como tantas vezes afirmo, a
exclusão escolar é a quase sempre a primeira etapa da exclusão social pois sem
qualificação ou formação a capacidade de entrada no mercado de trabalho de
sociedades cada vez mais desenvolvidas é difícil pondo em risco a construção de
projectos de vida viáveis e proporcionadores de realização pessoal e base do
desenvolvimento das comunidades.
Este cenário combate-se por duas
vias, a prevenção do insucesso que leva ao abandono e a recuperação para
trajectos de formação e qualificação da população que entretanto já abandonou.
Esperemos que algumas mudanças em
curso e, sobretudo, a existência de dispositivos de apoio competentes e
suficientes às dificuldades de alunos e professores, possam contribuir para a
minimização do insucesso.
No que respeita à recuperação dos
jovens que já abandonaram espero que a oferta de trajectos diferenciados de
formação e qualificação ou iniciativas em desenvolvimento como o programa
Qualifica, sucessor do Novas Oportunidades tenha os meios necessários e resista
à tentação do trabalho para a “estatística”, confundindo certificar com
qualificar.
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