A imprensa de hoje está repleta
de referências ao alegado, gosto desta terminologia, plágio realizado por Tony
Carreira.
Não me parece nada de surpreendente
pois de há uns tempos para cá tem vindo a entrar na agenda a preocupação com o
“Copy e Paste”, a cópia, o plágio, designadamente em trabalhos de natureza
académica, nas mais das vezes através da consulta na net e recorrendo às
ferramentas “copy” e “paste”. Esta preocupação afecta quem lida com alunos mais
novos, básico, secundário ou no superior e mesmo na produção científica como tem sido referido com frequência.
Devo dizer que me parece importante
a inquietação com o que poderemos classificar de síndrome de “Copy e Paste”. Com
demasiada frequência os mais novos ou adultos, não investigam, não produzem
pensamentos, discursos, textos ou obras originais limitando-se a copiar, tal e
qual, o que encontram já feito, bem ou mal, disponível na net ou noutras fontes
sobre a temática em que estão interessados. Para além do atropelo evidente à
ética, da tolerância à fraude, esbate-se sobretudo nos casos em contexto
escolar a aprendizagem, quem se limita a copiar baixa significativamente a
probabilidade de ficar a saber. Concordo genericamente com este entendimento e
na necessidade de prevenir e punir situações desta natureza.,
Por outro lado, acho curioso que
a condenação do “Copy e Paste” seja feita paralelamente à intolerância face à
diferença, à divergência, à criatividade. De facto, vivemos numa era de
normalização, vivemos sob uma fortíssima pressão para a semelhança, para a
convergência. A divergência, a
criatividade, o “fora da caixa”, são pouco tolerados desde logo nos processos
educativos incluindo o ensino superior.
A pressão educativa é no sentido
de se ser igual, não de se ser diferente. Copia-se, replica-se, imita-se,
ficamos iguais, normalizados e, espera-se, felizes.
O “Copy e Paste” é, assim, apenas
uma ferramenta de normalização, não percebo de que se queixam muitas das
pessoas que oiço.
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