domingo, 10 de setembro de 2017

QUALIFICAÇÃO, UM BEM DE PRIMEIRA NECESSIDADE

Ainda sem ter terminado todo o processo e conhecidos todos os dados parece seguro que desde há dez anos não entravam tantos estudantes no ensino superior sendo mesmo um dos números mais elevados de sempre.
É, sem dúvida, uma boa notícia.
No ano passado e a propósito da subida que já se verificou alguns especialistas defenderam que a subida se deveria a maior sucesso no ensino secundário, a melhoria na condição económica de algumas famílias e ao aumento de confiança na formação superior.
Espero que sejam estas razões continuem a sustentar a subida deste ano mas aguardemos o resultado final do acesso ao superior
É importante recordar e insistir que, contrariamente ao muitas vezes se entende, as famílias portuguesas enfrentam um dos mais caros sistemas de ensino superior da UE e da OCDE.
Por outro lado, tem vindo a instalar-se a perigosa e falsa ideia de que "somos um país de doutores". Na verdade, apesar da recuperação, temos uma das mais baixas taxas de pessoas com formação superior entre os países da OCDE. É fundamental insistir que não temos licenciados mais, temos desenvolvimento a menos e daí alguma dificuldade na absorção de mão-de-obra qualificada.
Aliás, não cumpriremos certamente o objectivo de formação superior estabelecido na UE para 2020 mesmo com a ajuda de habilidades na oferta formativa como a "meia licenciatura". Por outro lado, é fundamental não esquecer que Portugal ainda é um dos países em que mais compensa a qualificação superior.
Neste quadro, saber que está a aumentar o número de estudantes que pretende irá frequentar o ensino superior é mesmo uma boa notícia.

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