Ainda sem ter terminado todo o processo e conhecidos todos
os dados parece seguro que desde há dez anos não entravam tantos estudantes no
ensino superior sendo mesmo um dos números mais elevados de sempre.
É, sem dúvida, uma boa notícia.
No ano passado e a propósito da subida que já se verificou
alguns especialistas defenderam que a subida se deveria a maior sucesso no
ensino secundário, a melhoria na condição económica de algumas famílias e ao
aumento de confiança na formação superior.
Espero que sejam estas razões continuem a sustentar a subida
deste ano mas aguardemos o resultado final do acesso ao superior
É importante recordar e insistir que, contrariamente ao
muitas vezes se entende, as famílias portuguesas enfrentam um dos mais caros
sistemas de ensino superior da UE e da OCDE.
Por outro lado, tem vindo a instalar-se a perigosa e falsa
ideia de que "somos um país de doutores". Na verdade, apesar da
recuperação, temos uma das mais baixas taxas de pessoas com formação superior
entre os países da OCDE. É fundamental insistir que não temos licenciados mais,
temos desenvolvimento a menos e daí alguma dificuldade na absorção de
mão-de-obra qualificada.
Aliás, não cumpriremos certamente o objectivo de formação
superior estabelecido na UE para 2020 mesmo com a ajuda de habilidades na
oferta formativa como a "meia licenciatura". Por outro lado, é
fundamental não esquecer que Portugal ainda é um dos países em que mais
compensa a qualificação superior.
Neste quadro, saber que está a aumentar o número de
estudantes que pretende irá frequentar o ensino superior é mesmo uma boa notícia.
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