O ME anunciou hoje a contratação
de 1500 assistentes operacionais para as escolas já com base na portaria que
reviu o rácio sobre o qual se estabelecem necessidades.
A contratação de mais auxiliares
de educação, insisto nesta designação, é uma boa notícia, esperemos que posta
em prática em tempo útil, contrariamente ao anunciado para os psicólogos e que
já hoje referi.
Ao que se lê na imprensa, a
portaria que altera o rácio está pronta e aguarda publicação tendo baixado de
40 para 30 alunos por auxiliar. Seria desejável que esta definição contemplasse não só o número de
alunos mas também outros critérios como tipologia das escolas, ou seja, o
número de pavilhões, a existência de cantinas, bares e bibliotecas e a extensão
dos recreios ou a frequência de alunos com necessidades especiais.
Já aqui tenho escrito sobre as
condições em que muitos destes assistentes operacionais chegam às escolas mas
estas notas são para enfatizar a sua importância e os riscos da insuficiência
do seu número.
Na verdade, os auxiliares de
educação, insisto na designação, desempenham e devem desempenhar um importante
papel educativo para além das funções de outra natureza que também assumem e
que exige a adequação do seu efectivo, formação e reconhecimento. No caso mais
particular de alunos com necessidades educativas especiais, em algumas
situações os assistentes operacionais serão mesmo uma figura central no seu
bem-estar educativo, ou seja, são mesmo auxiliares de acção educativa.
A excessiva concentração de
alunos em centros educativos ou escolas de maiores dimensões não tem sido
acompanhada pelo ajustamento adequado do número de auxiliares de educação.
Aliás, é justamente, também por isto, poupança nos recursos humanos, que a
reorganização da rede, ainda que necessária, tem sido feita com sobressaltos e
com a criação de problemas.
Os auxiliares educativos cumprem
por várias razões um papel fundamental nas comunidades educativas que nem
sempre é valorizado incluindo na estabilidade da sua contratação e formação.
Com frequência são elementos da
comunidade próxima das escolas o que lhes permite o desempenho informal de
mediação entre famílias e escola, têm uma informação útil nos processos
educativos e uma proximidade com os alunos que pode ser capitalizada importando
que a sua acção seja orientada, recebam formação e orientação e que se sintam
úteis, valorizados e respeitados.
Os estudos mostram também que é
nos recreios e noutros espaços fora da sala de aula que se regista um número
muito significativo de episódios de bullying e de outros comportamentos
socialmente desadequados. Neste contexto, a existência de recursos suficientes
para que a supervisão e vigilância destes espaços seja presente e eficaz.
Recordo que com muita frequência temos a coexistir nos mesmos espaços
educativos alunos com idades bem diferentes o que pode constituir um factor de
risco que a proximidade de auxiliares de educação minimizará.
Considerando tudo isto parece
essencial e um contributo para a qualidade dos processos educativos a presença
em número suficiente de auxiliares de educação que se mantenham nas escolas com
estabilidade e que sejam orientados e valorizados na sua importante acção
educativa.
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