quarta-feira, 22 de junho de 2016

NÃO COLOU

Afinal caiu a ideia de que o Ensino Politécnico possa atribuir o grau de doutor mesmo que seja um grau de natureza “profissionalizante”, seja lá isso o que for.
Depois de ter admitido essa proposta há poucos dias e dadas as reacções negativas a coisa parece que vai ficar por assim mesmo. Um clássico em política, atira-se o barro à parede a ver se cola, não colou.
No quadro actual era algo de manifestamente desajustado, aliás boa parte dos Politécnicos dificilmente teria condições para atribuição do grau.
Continuo a insistir que o essencial, mas evidentemente mais difícil politicamente, é a reorganização da rede e a análise do papel do ensino superior universitário e politécnico num país com a nossa escala e com uma rede, pública e privada, altamente sobredimensionada.
Porque não a transformação dos Institutos Politécnicos em Universidade com a integração e diversificação da tipologia da oferta? Porque não o aprofundamento de associações ou consórcios que racionalizassem a oferta, em vez de todos a fazer tudo ou quase tudo, numa dispersão por vezes redundante para a nossa escala e a introdução de mais “oferta” com contornos pouco claros?
Este caminho de “meia licenciatura”, “meio mestrado”  ou um “meio doutoramento” que, ao que parece caiu, é mais fácil, vai ao encontro das necessidades estatísticas, mas coloca dúvidas relativamente à sua eficácia e à manutenção de uma rede manifestamente desajustada e mais pesada em termos económicos, a que acresce ainda o subsistema privado, universitário e politécnico.

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