domingo, 26 de junho de 2016

O CALENDÁRIO ESCOLAR. SEMESTRES OU TRIMESTRES?

A Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas propõe que o ano lectivo no ensino básico e secundário se organize, tal como o ensino superior, em semestres em vez dos actuais três períodos.
Não tenho uma posição fechada e fundamentada sobre as eventuais vantagens sendo certo que existem outros sistemas em que se verifica o modelo semestral.
No entanto, creio que mesmo numa organização em três períodos a situação que me suscita mais dúvidas é o desequilíbrio que frequentemente se verifica na duração dos períodos.
Dado que a interrupção da Páscoa marca o fim do 2º período e é uma data móvel as diferenças podem ser significativas.
Considerando o próximo ano lectivo e de acordo com a Associação o primeiro período terá 67 dias de aula, o segundo 54 e o terceiro 29 dias no caso dos alunos em anos de exame, 9º, 11º e 12º.
Parece claro que esta situação não é a mais adequada.
Dada a tradição talvez não seja fácil, mudar nunca é fácil, fazer com o que o calendário escolar não esteja colado a festividades móveis.
Neste contexto, creio que vale a pena reflectir nestas matérias, ouvindo a participação dos vários actores, estudando experiências de outros sistemas e, eventualmente, de uma forma tranquila, oportuna no tempo, repensar o calendário escolar.
Nesta reflexão deveria estar incluída a discussão dos benefícios e eventuais efeitos negativos da criação de uma “pausa” a meio do primeiro período modelo existente em vários países.

2 comentários:

José Pacheco disse...

Amigo Zé,
Porquê trimestre ou semestre, no ensino superior ou no "inferior"? Não aprendemos 365 dias por ano, 24 horas por dia?
Por que razão existe "ano letivo"? A inteligência dos alunos para de funcionar em Junho, para voltar a funcionar em Setembro?
As igrejas e hospitais trabalham por trimestres, semestres, ou ficam de férias?
Por que razão, as aulas começam todas à mesma hora? Por que razão os alunos têm de merendar e fazer chichi ao mesmo tempo, no tempo de um intervalo? Por que razão (leia-se: fundamento científico-pedagógico, ou de bom senso) os professores não gozam as suas férias em Maio, ou em Outubro?
Abraço fraterno!
José

Zé Morgado disse...

Olá Zé Pacheco, como bem sabes, os caminhos da escola (e não só) têm sido um caminho de normalização apesar da afirmada e reafirmada retórica da diferenciação, abraço