O Ricardo foi impedido de entrar
com uns amigos numa discoteca de Lisboa. O Ricardo usa cadeira de rodas para se
deslocar e como justificação para a recusa disseram-lhe que não havia acesso
rampeado às casas de banho.
Recusaram ao grupo o livro de reclamações
mas duas amigas já no interior conseguiram reclamar. A situação alterou-se um
pouco sendo então o Ricardo autorizado a entrar se cada elemento dos 15 que
constituíam o grupo pagasse 300€. Outra maneira de barrar o acesso.
Mais uma história sobre o que
está por fazer e de como a vida das pessoas com deficiência é uma contínua
corrida de obstáculos sendo que os mais difíceis de minimizar ou eliminar são
os muros dentro das cabeças e das atitudes.
Como sempre afirmo o verdadeiro
critério da inclusão é a participação nas actividades comuns das comunidades em
que as pessoas, todas as pessoas, vivem. Tem sido sempre assim, a história da
inclusão é a história da democracia, da participação de todos.
O episódio mostra como essa
participação é inibida e recusada, explicitamente..
No entanto e a este propósito
volto a uma questão que várias vezes aqui refiro e que me preocupa muitíssimo,
a proliferação de situações, desde crianças a adultos com necessidades
especiais, que "vivem do lado de fora" das actividades das
comunidades educativas e das actividades comuns das comunidades a que
pertencem.
Pois é Ricardo, essa coisa de ir
a um espaço de diversão com os amigos não é para todos., Desculpa lá, pá, mas usas
uma cadeira de rodas e os outros clientes podem ficar incomodados, vai até casa
e vê televisão. É melhor para ti, é mais sossegado. Para todos.
Sem comentários:
Enviar um comentário