Apesar de terem sido
descontinuados, como agora se diz, alguns estabelecimentos de ensino privado,
realizarão provas finais de 4º e 6º ano. Estas provas realizam-se de forma
experimental através de resposta online. O presidente do IAVE entende que este
dispositivo pode vir a ser generalizado também ao ensino público enunciando algumas
das potenciais vantagens.
Como é evidente, sinais dos
tempos, também na educação o recurso a metodologias desta natureza é inevitável
e foi iniciado há muito.
No entanto, do meu ponto de
vista, provavelmente algo conservador, a “desmaterialização” nos processos
educativos tem alguns limites.
O trabalho educativo, sobretudo
nos primeiros anos de escolaridade, assentará sempre na relação entre professor
e alunos que não pode, não deve, ser “desmaterializada”. Um dos riscos de
turmas muito grandes é, justamente, o risco de comprometer a relação educativa por
insuficiência de tempo e recursos.
Quando abordo estas questões cito
com frequência uma afirmação de 2000 do Council for Exceptional Children,
"O factor individual mais
contributivo para a qualidade da educação é a existência de um professor
qualificado e empenhado".
No entanto, a existência de
professores qualificados e empenhados não depende só de variáveis individuais
de cada docente, decorre também de um conjunto de políticas educativas que
promovam a qualificação, a motivação e a valorização a diferentes níveis do
trabalho dos professores.
De políticas educativas que em
termos genéricos e em termos mais particulares como currículos, sistema de
organização, recursos humanos docentes, técnico e funcionários, tipologia e
efectivo de escolas e turmas, autonomia das escolas são apenas alguns exemplos.
E nesta matéria ainda temos muito
trabalho para materializar.
A desmaterialização, as novas
tecnologias, é mais uma do conjunto de ferramentas e dispositivos ao serviço do
essencial, a relação professor - aluno.
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