Era uma vez um homem e uma mulher
que se chamavam Pais. Tinham um filho pequeno que era tudo para eles.
Gostavam tanto dele que não se
afastavam um minuto, nunca. Um deles, Pais, estava sempre ao pé do filho.
Acompanhavam-no para todo o lado.
Quando não era possível ficar bem junto, ficavam o mais perto possível para
estarem atentos e vigilantes. Isto tanto acontecia quando o filho ia para a
escola, como quando, mais raramente, brincava no parque, sempre com poucos
amigos, mas com Pais bem pertinho.
O filho foi crescendo sempre à
sombra de Pais, tão próximos estavam, nem um solzinho lhe dava cor à pele. Uma
noite, já o filho era mais velho, ouviu-se um barulho que sobressaltou Pais,
numa das raríssimas ocasiões em que ambos dormiam. Assustados, correram a ver
do filho, claro.
Encontraram a caixa onde o
guardavam destapada e, ao lado da tampa, um bilhete, “Pais, preciso de aprender
a respirar. Voltarei um dia, não se zanguem”.
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