Com base em tudo o que já aqui
escrevi sobre esta questão e na leitura do documento agora conhecido umas notas breves.
Parece-me positivo:
- A manutenção de dispositivos de
avaliação externa, incluindo os exames do 9º que me parece aceitável nas
actuais circunstâncias embora não esteja convicto de que a opção pela realização
das provas de aferição no 2º, no 5º e 8º ano seja a melhor mas adiante retomo
esta questão.
- A avaliação de outras áreas do
currículo como Estudo do meio e Expressões no 1º ciclo ou outras disciplinas no
2º e 3º ciclo contrariando a afunilada hierarquia curricular vigente.
- A realização das provas no final
do ano lectivo.
- A realização da prova do 2º ano
na escola que os alunos frequentam acabando com a insensata deslocação dos
alunos nos anos anteriores.
- A suspensão do Preliminary
English Test uma “geringonça” como agora se diz mal explicada e justificada.
- A devolução dos resultados individuais
às escolas o que possibilita a função reguladora que informa as provas.
A minha maior reserva, para além do calendário de implantação da mudança e da necessidade de maior discussão, prende-se com
a realização das provas de aferição nos anos intermédios, 2º, 5º e 8º e não no
final dos ciclos. A justificação parece clara, “… poder agir atempadamente sobre as dificuldades detectadas”. É verdade que uma avaliação intermédia pode
ter efeito regulador, formativo, e corrigir a trajectória do aluno.
É também verdade que quem conhece
a escola e as suas problemáticas reconhece que o 2º, o 5º e o 8º ano são anos
importantes quer do ponto de vista das aprendizagens quer, por exemplo no caso
do 8º ano na ocorrência de episódios de indisciplina que, frequentemente, estão
associados a dificuldades escolares.
No entanto e apesar disto, parece
fundamental, como muitas vezes tenho escrito e creio que a generalidade dos
docentes e das escolas assim procede, que a avaliação interna ao longo de TODOS
os anos do ciclo detecte dificuldades e desencadeie os dispositivos e recursos de
apoio para alunos e professores de forma a minimizar ou ultrapassar dificuldades.
Nesta perspectiva não me parece essencial que as provas de aferição se realizem
nos anos intermédios para detectar dificuldades que deverão ser conhecidas
através de avaliação interna e do trabalho em sala de aula e já constantes da “Ficha
Individual do Aluno”.
A questão que me inquieta é que a
inexistência ou insuficiência destes apoios comprometa o trabalho de alunos e
professores independentemente do modelo de avaliação externa que esta montado.
Por outro lado, no actual modelo
de três ciclos no Ensino Básico julgo que a avaliação externa deverá realizar-se
no final de cada ciclo primeiro porque os conteúdos e saber a adquirir estão
estruturados numa lógica de ciclo e, segundo, porque se trata de anos de
transição e mudança de currículo e disciplinas.
Parece-me ainda importante a
constituição de um dispositivo de acompanhamento e avaliação deste novo modelo
e deveríamos tentar que se introduzisse alguma estabilidade no sistema educativo,
um bem de primeira necessidade.
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