A discussão sobre a avaliação no
ensino básico e as alterações introduzidas pelo ME. continuam na agenda como
foi o caso de ontem em Conferência organizada pelo IAVE.
Não vou repetir tudo o que já
escrevi sobre isso sempre na defesa da importância da avaliação externa através
de provas de aferição no 1º ciclo e, eventualmente, com exames a partir do
segundo
O que ainda quero sublinhar a
propósito desta questão é que sendo fundamental a preocupação com os resultados
e a sua avaliação, em educação os resultados só se alteram com a intervenção
nos processos sendo então importante avaliar o impacto dessa intervenção
medindo/avaliando os resultados. Assim, insisto na necessidade de definir de
forma adequada e com os recursos necessários apoios para as dificuldades
experimentadas por alunos e professores ao longo de todo o ciclo, nos vários
ciclos, e disponibilizados em tempo oportuno.
É assim que os melhores sistemas
educativos que não têm exames tão cedo estão organizados. Este entendimento não
tem rigorosamente a ver com facilitismo pois não consta que esses países tenham
sistemas educativos “facilitistas” apesar de não terem exames tão precoces e
nos anos de exame apresentarem taxas de retenção muito baixas.
Parece-me ainda de considerar
outro conjunto de variáveis com forte impacto nos processos sobretudo se
considerarmos as especificidades dos nossos territórios educativos. Refiro, por
exemplo, o impacto que turmas sobredimensionadas, metas curriculares excessivas e
burocratizadas que inibem a acomodação das diferenças entre os alunos,
insuficiência de apoios às dificuldades de alunos e professores durante todos
os anos do ciclo, falta de verdadeira autonomia das escolas, entre outros
aspectos, podem assumir na qualidade dos processo e, naturalmente, nos
resultados.
Parece também necessário que se
lance uma reflexão sobre a questão, difícil mas necessária, das metas
curriculares e na lógica do entendimento integrado do Ensino Básico, creio que
é de repensar a organização do Ensino Básico no que respeita ao número de
ciclos e organização das áreas disciplinares.
É claro que se trata de um
universo complexo com repercussões em várias dimensões, incluindo na carreira e
formação de professores e, por isso mesmo, a reflexão e eventuais mudanças,
devem ser realizada com competência, serenidade, tempo e envolvimento
participado de toda a comunidade.
Como há dias escrevi, depressa e
bem não há quem, e o ME deve resistir à tentação habitual de “alterar” para
deixar a sua marca e responder a agendas imediatas ou de outra natureza.
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