Inicia-se hoje formalmente a
campanha eleitoral para a Presidência da República. Como muitas vezes já
afirmei trata-se de uma campanha verdadeiramente atípica. No dia em que, como
se costuma dizer, os candidatos vão para a estrada, algumas notas.
É atípica porque ocorre com um
cenário político inédito, um Governo do PS que não foi o partido mais votado
nas legislativas mas assente numa maioria parlamentar que traduz o desejo de
mudança da maioria dos eleitores que votaram.
Dos candidatos em presença e
considerando os que mais votos provavelmente agregarão temos Marcelo Rebelo de
Sousa que PSD e CDS-PP se viram obrigados a apoiar mas cuja candidatura não
desejavam e campo mais à esquerda temos o PS que não dá indicação de votos face
às candidaturas de Sampaio da Nóvoa e de Maria de Belém.
Destas, a candidatura de Sampaio
da Nóvoa a primeira a ser apresentada sem atender a calendários tácticos ou de
oportunidade e a de Maria de Belém lançada no âmbito das lutas internas do PS com
o evidente propósito de criar dificuldades a António Costa e inibir o apoio a
Sampaio da Nóvoa.
Como também afirmei há tempos
anunciava-se uma campanha tóxica em que seriedade e debate frontal de ideias
sem preconceitos seriam um bem de primeira necessidade. A pré-campanha mostrou
isso mesmo, os debates de Sampaio da Nóvoa com a Maria de Belém e, em
particular com Marcelo Rebelo de Sousa foram particularmente elucidativos.
Marcelo Rebelo de Sousa percebeu
que décadas de tempo de antena de diletante fazedor de opinião e oráculo talvez
não chegassem para o levar a Belém e enveredou por uma agressividade pessoal mal-educada
e que o levou a falhar esse debate e a mostrar … o que tinha para mostrar, um
cataventismo inconsequente que, aliás, o fizeram, não ser a opção que PSD mais
desejava. Ninguém pode confiar em alguém que sem um sobressalto afiram qualquer
coisa e o seu contrário. Não é por acaso que insiste na dramatização da existência de uma segunda volta na qual corre o por si impensável risco da derrota.
Maria de Belém acantonada no
grupo do PS que a apoia pouco acrescentou que a pudesse catapultar para
Presidente de todos os portugueses e portuguesas e vai tentando desempenhar um
personagem numa narrativa sem sucesso.
Deve também sublinhar-se o
importante papel que parte da comunicação social tem desempenhado na promoção
de Marcelo Rebelo de Sousa. Não é grave que a os órgãos de comunicação social
tenham critérios editoriais que se identifiquem com opções políticas mas é
desejável que sejam transparentes e assumidas. Não é evidentemente por acaso
que tal aconteceu e vai acontecer.
Por outro lado, Sampaio da Nóvoa
que desde o famoso discurso do 10 de Junho de 2012 se tornou aos olhos do país
atento como uma das figuras presidenciáveis, assumiu cedo e com clareza a sua
candidatura, apresentou uma Carta de Princípios que mostraram uma visão nova da
função de Presidente da República em que muitos de nós depositámos uma enorme
esperança após 10 anos de cinzentismo cúmplice de políticas errada que muitos.
A pré-campanha tem vindo a
mostrar Sampaio da Nóvoa como um Presidente capaz para os tempos de agora e
para os próximos tempos e com uma visão e um projecto que dentro das
competências presidenciais pretende colocar ao serviço de Portugal e dos
Portugueses. Durante estes meses a candidatura de Sampaio da Nóvoa promoveu
múltiplas iniciativas de discussão e construção de ideias e caminhos dentro das
mais importantes áreas do nosso funcionamento enquanto comunidade.
Contrasta com a banalidade
diletante, demagógica e populista de Marcelo Rebelo de Sousa que se limita a
gerir a sua verdadeira campanha eleitoral, anos de exposição na TV. Quando
menos disser menos se compromete e tenta pescar à esquerda num namoro
interessante que deixa os seus constrangidos apoiantes do PSD e CDS-PP à beira
de um ataque de nervos.
Sampaio da Nóvoa lançou a sua
candidatura quando era visto como presidenciável, o caminho percorrido mostra
como se tem vindo a “presidencializar”. Falta que o(s) acto(s) eleitoral(ais) o
tornem, de facto, Presidente.
Depende de nós. É difícil mas é
possível. Para um tempo novo um Presidente Nóvoa.
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