Vai agora iniciar-se o segundo
período escolar, o período das decisões. Na verdade, embora falte o terceiro
período este que agora se inicia acaba por ser muito importante, ainda me
lembro dos avisos dos meus professores a que se juntava a "seca" dos
pais.
Quando o primeiro corre bem e
segundo acontece sem sobressaltos, estávamos "passados". Se o
primeiro não correu grande coisa e este período também não correr bem,
dificilmente recuperaríamos no terceiro período, estávamos
"chumbados", retidos como agora se diz.
Assim, o segundo período é um
tempo em aberto, um tempo que permitirá manter bons resultados, recuperar de
algumas dificuldades ou certificar o insucesso.
É neste aspecto que centro estas
notas. De facto, alguns alunos devido aos seus resultados no primeiro trimestre,
à sua história ou pelo "retrato" que deles foi tirado, são alunos que
"não vão lá", ou seja, a escola, os professores, algumas vezes sem se
dar conta, outras por ausência de meios ou disponibilidade e outras ainda pela
convicção de que é "normal" que nem todos aprendam mesmo que tenham
capacidades para isso e, portanto, não há nada a fazer, têm a sua frente alunos
para os quais a expectativa de sucesso é baixa ou nula, dito de outra maneira,
"eles não vão lá". A escola desiste deles e eles desistem da escola.
Curiosamente, muitos destes
alunos são reconhecidos como miúdos espertos, dotados, de tal maneira que
"se eles quisessem" teriam sucesso. O problema é que com alguma
frequência, sem nos darmos conta e, ou por falta de recursos, nós a escola é que
"não conseguimos" que eles tenham sucesso. Eu sei que a afirmação é
forte e pode ser injusta em muitas situações, mas existem muitos miúdos de quem
a escola desistiu por variadíssimas ordens de razões.
Ou seja, eles poderiam "ir
lá", mas a escola também "não vai lá".
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