Em entrevista ao Expresso o
professor Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de
Agrupamentos e Escolas Públicas, sublinha o impacto negativo das sucessivas
alterações em matéria de política educativa produzidas pelas diferentes equipas do ME, incluindo
a actual. Umas notas telegráficas.
Na verdade, o sistema educativo
português parece condenado a uma dimensão de conflitualidade e instabilidade
que lhe retiram serenidade e eficácia.
Não sou apologista de falsos
consensos, a chamada paz podre, conseguida a todo o preço. A conflitualidade em
educação, como noutras áreas, é, pode ser, um factor de desenvolvimento e
crescimento.
Existem diferentes
posicionamentos sobre educação e escolas designadamente no entendimento do que
deve ser um sistema público de educação e ensino. É legítimo que assim seja em
sociedades abertas e democráticas independentemente das nossas posições.
Recordo como tantas vezes aqui discordei de dimensões da política educativa de
Nuno Crato ou Maria de Lurdes Rodrigues só para citar dois exemplos fortes
entre antigos ocupantes da 5 de Outubro.
A questão não é a existência destas
diferentes visões sobre os caminhos da educação. Os problemas, a instabilidade,
emergem quando essas diferentes visões e posicionamento perdem de vista os
interesses e o bem-estar educativo de todos os alunos e passam a acomodar,
sobretudo, outros interesses sejam partidários, corporativos,
profissionais ou económicos.
É neste quadro que a conflitualidade
corre o risco de ser parte do problema e não uma busca por soluções. Não está
também em causa a legitimidade de alguns destes interesse mas o enorme risco de
que a gestão desses interesses pode ameaçar a serenidade e qualidade do trabalho
de alunos e escolas.
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