domingo, 17 de janeiro de 2016

DAS PRESIDENCIAIS. ASSIM ESTÁ MAIS CLARO

Contrariamente ao que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia da sua empenhada tentativa de se distanciar da cumplicidade política com Passos Coelho e as políticas recentes, este veio apelar explicitamente ao voto em Marcelo que se apressou a minimizar o recado.
Na verdade. Passos Coelho aproveitou a campanha em S. João da Madeira para, num presente envenenado, recolocar Marcelo Rebelo de Sousa no alinhamento partidário de que desesperadamente procura libertar-se.
No entanto, a intervenção de Passos Coelho traz uma maior clareza e tira o tapete aos discursos de Marcelo Rebelo de Sousa que tudo e todos procura seduzir através de retóricas inconsequentes e vazias.
No mesmo sentido, clareza, recupero a entrevista elucidativa de Marcelo Rebelo de Sousa ao Observador em que afirma, cito, agora, “Tenho que pensar 2 vezes, 3 vezes, 4 vezes, 5 vezes naquilo que devo dizer”.
Esta afirmação é extraordinariamente clarificadora. Marcelo Rebelo de Sousa, uma vez candidato, não pode agir e falar da forma como durante muitos anos realizava o seu mediático número de “análise política” e de oráculo.
Agora a coisa “fia mais fino”, o discurso tem que ser pensado, tem de ser adaptado à caça ao voto, tem que dizer o que em cada circunstância e de acordo com quem ouve pareça ser mais rentável para amealhar mais uns votinhos. Dito de outra forma e recorrendo à imagem criada por Passos Coelho, antes de falar é preciso ver de que lado está o vento e então pronunciar-se-
Todo este cenário contrasta com a campanha de Sampaio da Nóvoa. Desde o início, ainda sem apoios declarados a uma candidatura que “emerge da cidadania”, apresentou uma Carta de Princípios clara, sólida e abrangente em que estabelece uma visão para Portugal no exercício das funções de Presidente da República. O seu trajecto tem sido a defesa consequente dessa Carta de Princípios, das causas que contém e que balizam a sua estrada.
Não ziguezagueia em função de circunstâncias, audiências ou tácticas.
Será um Presidente novo para um tempo novo.
Vai ser difícil mas tem de ser possível.

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