Mais dois bons exemplos dos efeitos da partidocracia. É evidente que os partidos são um eixo central nos regimes democráticos.
No entanto, a vida cívica não se pode esgotar na militância partidária.
Em Portugal, boa parte da praxis partidária, transformou a nossa vida política num teatro onde quase só cabem os iluminados, os homens e as mulheres que têm o cartão e um currículo construído a partir desse cartão.
A participação cívica ficou fortemente inibida e dificultada fora da acção da vida partidária e alguns entendem mesmo que nem não "pertence" não pode aceder a patamares elevados de participação cívica. É verdade que se toleram os "independentes", em qualquer Governo fica sempre bem algumas figuras "independentes" mas que se tornam rapidamente "dependentes" pois se a independência se mantiver o aparelho não gosta e reage. Os exemplos são fartos e elucidativos
As reacções de Maria de Belém, de Francisco Assis e outros figuras do PS face à candidatura de Sampaio da Nóvoa mostram com clareza que entendem a independência como uma espécie de pin que fica bem na lapela mas que não se aceita quando realmente existe.
Sampaio da Nóvoa não hostiliza os partidos, não pode nem deve, e também não lhe reconheço qualquer superioridade moral só porque não tem militância partidária mas não aceito que seja atacado justamente pelo facto de não a ter.
Não meus caros Maria de Belém e Francisco Assis, a candidatura que defendem não serve o país por ser de uma militante partidária, tal como Marcelo Rebelo de Sousa, não serve o país porque o projecto em que assenta é mais do mesmo com algum restyling, não tem potencial de mudança.
A candidatura de Sampaio da Nóvoa serve o País não porque não tem origem partidária mas, isso sim, porque apresenta um rumo novo para um tempo novo, o tempo novo que tão criticado é por Francisco Assis.
Percebe-se bem porquê, interessa-lhe bem mais o tempo velho.
Acontece que, lembro Camões, todo mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.
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