sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

ANO NOVO, PRESIDÊNCIA NÓVOA

A última mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva, o balanço que fez da sua acção mas, sobretudo, a forma como realmente exerceu os seus mandatos levaram-me a pensar Ano Novo, Presidência Nóvoa. Retomo umas notas anteriores.
Como já escrevi as próximas eleições presidenciais são atípicas por algumas razões.
O actual cenário político, um governo apoiado por uma maioria parlamentar de esquerda apesar de nenhum dos partidos dessa maioria ter sido o mais votado nas legislativas de 4 de Outubro. Este cenário rompeu com a alternância pantanosa do “arco da governação”.
São atípicas pela natureza das três candidaturas que parecem agregar mais apoios, Marcelo Rebelo de Sousa pelo lado direito do espectro político e Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa pelo lado esquerdo se assim se pode dizer no que respeita a Maria de Belém.
É verdade que devemos considerar Marisa Matias e Edgar Silva mas concorrem na pista dos respectivos partidos, BE e PCP, e parecem acreditar na ingénua ideia de que só por existirem Marcelo Rebelo de Sousa é derrotado, veremos o resultado de tal entendimento. O debate de hoje entre Sampaio da Nóvoa e Marisa Matias foi elucidativo desta leitura.
A atipicidade decorre também do facto de PSD e CDS-PP terem sido "obrigados" a apoiar um candidato que não desejavam, Marcelo é um bom jogador e "tapou" Rui Rio e a inócua e vazia candidatura de Maria de Belém ter sido fabricada num quadro de ajustamento de contas interno no PS e com o objectivo claro de impedir o previsto apoio do PS a Sampaio da Nóvoa.
Neste cenário Maria de Belém é, curiosamente, uma candidatura simpática para a direita que, acredito, se sentiria mais segura com Maria de Belém na presidência do que com o "cata-vento" Marcelo Rebelo de Sousa como lhe chamou Passos Coelho quando definiu o perfil do candidato que NÃO queria ver em Belém
Finalmente, Sampaio da Nóvoa concorre para esta atipicidade por várias razões. É uma candidatura que emerge da cidadania e não da partidocracia embora não seja, não deve nem pode, contra os partidos. Comete o pecado original de não ser "um de dentro" que carrega um conjunto de interesses mais pequenos e conciliáveis em arranjos de alternância e de poder. Percebe-se bem o seu "pecado" ao verificar como a sua candidatura tem sido tratada, quer pelos aparelhistas de serviço nos vários partidos, quer pela imprensa amiga que numa campanha tóxica e discriminatória mostram porque na realidade a candidatura de Sampaio da Nóvoa é um "mundo novo" é um caminho de abertura.
Sampaio da Nóvoa é ainda um candidato atípico pois desde o início tem expressado uma visão e um projecto que dentro das competências presidenciais pretende colocar ao serviço de Portugal e dos Portugueses. Contrasta com a banalidade diletante, demagógica e populista de Marcelo Rebelo de Sousa que se limita a gerir a sua verdadeira campanha eleitoral, anos de exposição na TV. Quando menos disser menos se compromete e tenta pescar à esquerda num namoro interessante que deixa os seus constrangidos apoiantes do PSD e CDS-PP à beira de um ataque de nervos.
De facto, durante estes meses a candidatura de Sampaio da Nóvoa tem promovido múltiplas iniciativas de discussão e construção de ideias e caminhos dentro das mais importantes áreas do nosso funcionamento enquanto comunidade. Esta discussão aberta, participada, descentralizada e abrangente contando sempre com a presença envolvida e activa de Sampaio da Nóvoa contrasta com o deserto de ideias, o Presidente não se "intromete" como diz Maria de Belém ou a “insustentável leveza” do oráculo predestinado que vê a presidência escrita nas estrelas.
É justamente o conjunto de características da candidatura de Sampaio da Nóvoa que o tornam o Presidente necessário nesta etapa da nossa estrada.
Vai ser difícil mas acredito que é possível o que acima enunciei, Ano Novo, Presidência Nóvoa.

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