A última mensagem de Ano Novo de
Cavaco Silva, o balanço que fez da sua acção mas, sobretudo, a forma como realmente exerceu os seus mandatos levaram-me a pensar Ano
Novo, Presidência Nóvoa. Retomo umas notas anteriores.
Como já escrevi as próximas
eleições presidenciais são atípicas por algumas razões.
O actual cenário político, um
governo apoiado por uma maioria parlamentar de esquerda apesar de nenhum dos
partidos dessa maioria ter sido o mais votado nas legislativas de 4 de Outubro.
Este cenário rompeu com a alternância pantanosa do “arco da governação”.
São atípicas pela natureza das
três candidaturas que parecem agregar mais apoios, Marcelo Rebelo de Sousa pelo
lado direito do espectro político e Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa pelo lado
esquerdo se assim se pode dizer no que respeita a Maria de Belém.
É verdade que devemos considerar
Marisa Matias e Edgar Silva mas concorrem na pista dos respectivos partidos, BE
e PCP, e parecem acreditar na ingénua ideia de que só por existirem Marcelo
Rebelo de Sousa é derrotado, veremos o resultado de tal entendimento. O debate
de hoje entre Sampaio da Nóvoa e Marisa Matias foi elucidativo desta leitura.
A atipicidade decorre também do
facto de PSD e CDS-PP terem sido "obrigados" a apoiar um candidato
que não desejavam, Marcelo é um bom jogador e "tapou" Rui Rio e a
inócua e vazia candidatura de Maria de Belém ter sido fabricada num quadro de
ajustamento de contas interno no PS e com o objectivo claro de impedir o
previsto apoio do PS a Sampaio da Nóvoa.
Neste cenário Maria de Belém é,
curiosamente, uma candidatura simpática para a direita que, acredito, se
sentiria mais segura com Maria de Belém na presidência do que com o
"cata-vento" Marcelo Rebelo de Sousa como lhe chamou Passos Coelho
quando definiu o perfil do candidato que NÃO queria ver em Belém
Finalmente, Sampaio da Nóvoa
concorre para esta atipicidade por várias razões. É uma candidatura que emerge
da cidadania e não da partidocracia embora não seja, não deve nem pode, contra
os partidos. Comete o pecado original de não ser "um de dentro" que
carrega um conjunto de interesses mais pequenos e conciliáveis em arranjos de
alternância e de poder. Percebe-se bem o seu "pecado" ao verificar
como a sua candidatura tem sido tratada, quer pelos aparelhistas de serviço nos
vários partidos, quer pela imprensa amiga que numa campanha tóxica e
discriminatória mostram porque na realidade a candidatura de Sampaio da Nóvoa é
um "mundo novo" é um caminho de abertura.
Sampaio da Nóvoa é ainda um
candidato atípico pois desde o início tem expressado uma visão e um projecto
que dentro das competências presidenciais pretende colocar ao serviço de
Portugal e dos Portugueses. Contrasta com a banalidade diletante, demagógica e
populista de Marcelo Rebelo de Sousa que se limita a gerir a sua verdadeira
campanha eleitoral, anos de exposição na TV. Quando menos disser menos se
compromete e tenta pescar à esquerda num namoro interessante que deixa os seus
constrangidos apoiantes do PSD e CDS-PP à beira de um ataque de nervos.
De facto, durante estes meses a
candidatura de Sampaio da Nóvoa tem promovido múltiplas iniciativas de
discussão e construção de ideias e caminhos dentro das mais importantes áreas
do nosso funcionamento enquanto comunidade. Esta discussão aberta, participada,
descentralizada e abrangente contando sempre com a presença envolvida e activa
de Sampaio da Nóvoa contrasta com o deserto de ideias, o Presidente não se
"intromete" como diz Maria de Belém ou a “insustentável leveza” do
oráculo predestinado que vê a presidência escrita nas estrelas.
É justamente o conjunto de
características da candidatura de Sampaio da Nóvoa que o tornam o Presidente
necessário nesta etapa da nossa estrada.
Vai ser difícil mas acredito que
é possível o que acima enunciei, Ano Novo, Presidência Nóvoa.
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