sexta-feira, 12 de junho de 2015

DAS FÉRIAS DE OUTONO E DOS EXAMES A MEIO DO PERÍODO

No Parecer do Conselho das Escolas sobre a organização do ano lectivo e retomando apreciações anteriores é discutida a realização dos exames de 4º e 6º ano a meio do terceiro período enunciando-se um conjunto de dimensões justificativas deste entendimento.
Na verdade e apesar de já termos tido a experiência da realização das provas de aferição antes do final do ano, o impacto, do meu ponto de vista não é comparável à realização dos exames do que se gera à sua volta nas escolas, nos alunos e as famílias.
A obsessão e a pressão para o cumprimento do programa e das extensíssimas metas curriculares antes do final do ano e a pouca eficiência das aulas de compensação, não são algumas aulas finais que corrigem o trabalho de um ciclo parecem sugerir que, a existirem, os exames finais nestes ciclos, deveriam ser isso mesmo … finais.
O Parecer do Conselho das Escolas retoma a proposta já em tempos existente de introduzir a meio do primeiro período umas “férias de outono”, dois dias úteis de paragem das actividades lectivas destinas a avaliação e planeamento do trabalho e de eventuais dificuldades emergentes.
É um caso típico de conflitualidade de interesses. As escolas argumentam com o impacto positivo que tal paragem teria na avaliação do percurso dos alunos e no planeamento oportuno e consistente de apoios ou alterações e as famílias enfrentarão o problema da guarda das crianças que ficam sem aulas uma altura em que a generalidade das pessoas não está em férias.
Aliás, como já é público, a Confap anunciou já que rejeita a proposta e propõe mesmo que as férias dos alunos sejam apenas de um mês. Sendo certo que a Confap afirma que não teriam de estar sempre a realizar actividades lctivas teremos um upgrade da "escola a tempo inteiro".
E os miúdos aguentam? Ai aguentam, aguentam. Na pior das hipóteses teremos um risco bem maairo de intoxicação escolar e, portanto, de overdoses que, como sabem, não é algo de particularmente saudável.
No que respeita à proposta das "férias de Outono", não creio que seja, evidentemente, um problema inultrapassável, mas penso que talvez o MEC pudesse facultar aos docentes tempo de avaliação e planeamento sem paragens lectivas a meio do primeiro período, aligeirando, por exemplo, a enorme carga de burocracia que submerge o trabalho de docentes e directores ou reforçando a autonomia das escolas para que pudessem adequar os seus modelos de organização e funcionamento.

4 comentários:

Anónimo disse...

Uma boa proposta da CNE que peca por ser moderada .

Os alunos andam FARTOS, os professores ESGOTADOS.

E a Confap, representativa dos EEs, entra em estado de sítio - como é usual, não há qualquer preocupação com os filhos e educandos. O problema é sempre o mesmo- ora, ora, e onde é que eles ficam?

Sobre o resto, dizem nada- agrupamentos de escolas sobrelotadas, sem espaço para os alunos brincarem, horas e horas seguidas de aulas, exames de 4º e 6º anos, outros alunos sem aulas por causa dos exames, aulas de compensação e mais exames, períodos letivos com duração inenarrável....

Como EE, escrevi a quem de direito que não queria que os meus filhos ficassem mais tempo do que o razoável na escola, com aquelas actividades loucas e projectos da treta para entreter. Responderam-me(surpresa, das surpresas a resposta) que era assim o currículo e era obrigatório.

Assim que podia, ia buscar os meus filhos à escola. Estava sózinha e só tinha o apoio da minha mãe já velhota e com alguns problemas de saúde. Mas ia buscá-los sempre que podia, deixando de lado as compras, o arrumar da casa, etc.

Porque sabia que ir até ao jardim ou à praia e deixá-los andar de bicicleta e brincar com os amigos lhes fazia bem melhor do que os saber enfiados na escola.

A Confap é uma treta e um embuste. Não se defende os alunos. Nem se defendem os pais, ajudando-os a repensarem as opções perante os factos que estão à nossa vista- alunos fartos e esgotados, comportamentos desadequados e cenas de indisciplina.

Anónimo disse...

Escrevi CNE, em vez de CE

Zé Morgado disse...

Temos que insistir

Anónimo disse...

Caro Zé Morgado,

Eu vou insistindo. Temo é que me vá faltando o "rancor", como naquela anedota alentejana....