Lê-se no CM que cerca de 44 mil alunos estão sem professor a pelo menos uma disciplina. Estamos perto do final do segundo período e, curiosamente, não encontrei esta notícia noutro órgão de informação. A notícia parecia assentar em dados credíveis e não eram do ME cujas contas raramente dão certo. Provavelmente, um problema de relação dos responsáveis com a Matemática. Recordo a tese dos professores a mais sustentada pelo então ministro Nuno Crato, um especialista em números.
Vivemos tempos estranhos. Lidamos
diariamente com “novos normais”, por assim dizer. A existência de tantos alunos sem professor já
quase nas férias da Páscoa passa quase despercebida. Claro que os próprios
alunos, a família e, naturalmente, os outros professores destes alunos sentem o
que é, de facto, um problema sério e com consequências óbvias no trajecto
escolar destes alunos.
Há décadas que a falta de
docentes estava escrita nas estrelas e sucessivas equipas ministeriais, para
além de más políticas públicas que afastaram milhares de professores das
escolas negavam a evidência, ouvia-se o mantra dos “professores a mais”.
Maria de Lurdes Rodrigues e Nuno Crato, que já referi, foram dois exemplos de incompetência e
irresponsabilidade nesta matéria e nem um rasgo de seriedade no assumir do que
é óbvio, falharam. Continuam serenos e de consciência tranquila, provavelmente,
também com uma outra percepção, está na moda, do que é consciência tranquila.
O resultado está à vista, o
atropelo a um direito fundamental, o direito à educação, e o desempenho escolar
de muitos alunos prejudicado pela falta de docentes.
As famílias com mais recursos
recorrem ao ensino privado ou a explicações externas, as outras … lamentam.
As escolas tentam o milagre de que não
podemos depender.
A questão é que cada vez se torna
mais difícil falar de responsabilidade. Entrámos no mundo da
irresponsabilidade.
Com que preço? Pago por quem?
E não acontece nada?
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