Todos batem nos professores, até os professores que estão como directores. Os directores não são directores, insisto, são professores que estão alguns anos, demais para alguns, como directores. Uma parte preferiria, certamente, eternizar-se como directores, mas, por enquanto, ainda não é assim.
As situações denunciadas numa reportagem do canal NOW envolvendo seis docentes em situação diversa de problemas
de saúde são absolutamente inquietantes pelo desrespeito pelas circunstâncias
de saúde, pelo incumprimento de recomendações relativamente ao horário atribuído
ou à distribuição de serviço. São referidas situações de assédio moral num
contexto de sofrimento de pessoas que apenas querem continuar a fazer o seu
trabalho de uma forma minimamente compatível com as suas condições de saúde e
com um quadro legal que o permite.
Apenas a mediocridade humana,
ética e profissional de alguns directores sustenta a incompetência do seu
comportamento.
Acresce que, de acordo com Sofia
Neves, da Associação Jurídica pelos Direitos Fundamentais, existirão “milhares”
de professores que com problemas de saúde são vítimas de abuso e vêem dificultado o acesso e
cumprimento das recomendações da Medicina do Trabalho.
É evidente que esta gente
medíocre dormirá de consciência tranquila. Não sabem ou esqueceram o que
significa consciência ou perderam-na embriagados pela volúpia do poder para o qual lhes
falta competência, estrutura ética e moral para exercer.
Uma nota final. Ao longo de quase
cinco décadas e considerando, sobretudo, o período após o estabelecimento da
direcção unipessoal de escolas e agrupamentos, cruzei-me com professores
extraordinários que estavam na função de directores, mas não esqueciam a sua pertença.
Esses, por estes dias devem sentir-se profundamente incomodados com o que se
vai sabendo.
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