Uma das coisas que muitas vezes ouvia ao meu pai, um homem bom, era a necessidade de mantermos sempre a coluna, ele chamava-lhe a "espinha", direita, em todas as circunstâncias. Era a sua designação para seriedade, sentido ético e de responsabilidade perante o outro, os outros.
Eu acho que ele não terá falhado
no ensino, terei eu falhado na aprendizagem. E de vez quando sinto uma inveja
enorme da quantidade de invertebrados que conheço, de gente sem espinha.
Essa gente que nunca tem
problemas de coluna deve levar uma vida mais fácil, pelo menos, bem menos
dolorosa. Não passam certamente pelo desconforto, por assim dizer, que de vez
em quando sinto na minha “espinha” e que as avaliações determinaram necessitar de mais uma intervenção, a terceira. E eu que, errada ou
ingenuamente, acreditava ter uma coluna razoavelmente direita.
Aconteceu ontem, venho com mais
umas peças, terá corrido bem e espero continuar com a “espinha” direita por
mais algum tempo e acompanhar o caminho dos netos e dos pais.
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