Merece leitura atenta o texto de Carlos Ceia no Público, “Querem cancelar as humanidades?”, em que aborda a situação que tem vindo a acentuar-se de há uns anos para cá de desvalorização dos apoios à investigação na área das ciências sociais e das humanidades.
Este caminho de sobrevalorização
das áreas STEM não é novo e os tempos que vivemos não auguram alteração da
trajectória.
Em 2014, Devon Jensen, professor
universitário com trabalho desenvolvido sobre o papel das universidades, a sua
relação com os governos e o mundo económico e empresarial, apresentou em Lisboa
uma conferência com a estimulante interrogação como título, “Is Higher
Education Merely a Servant of the Economy?”.
Em entrevista ao Público Devon
Jensen sublinhou a importância do desenvolvimento do ensino superior e da
investigação, acentuando o papel nuclear da formação e investigação nos
domínios das ciências sociais e das humanidades.
Foi há mais de 10 anos e a trajecória
não se inflectiu, pelo contrário, acentuou-se esta desvalorização.
Tendo estado nas últimas décadas
ligado à academia e à área das ciências sociais e humanidades, ouvi e senti com
frequência, os discursos de desvalorização vindo de colegas, sobretudo das
áreas STEM.
Em termos institucionais as
políticas públicas em matéria de ensino superior e investigação têm dado o seu
contributo para o cenário actual.
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