Os dias, todos os dias, nos mostram algo, nos dão algo ou nos tiram algo. O dia 5 de Abril assim é e, desculpar-me-ão, volto a sublinhar a perplexidade e o gozo da última grande descoberta nesta minha viagem que já vai longa, a avozice. É sempre assim a cada 5 de Abril ou 4 de Julho e sempre assim será enquanto não chegar o dia que nos tira tudo.
Cumprem-se hoje nove anos desde
que entrei pela segunda vez no mundo encantado, no mundo mágico da avozice,
nasceu o Tomás. O tempo voa e o tempo dos velhos parece que voa mais depressa.
Esta mudança de geração tem sido
uma bênção em cada dia que passa e contribui decisivamente para cumprir a
narrativa de um Homem de sorte, eu.
Felizmente, as circunstâncias têm
mantido os netos por perto e de vez quando também no Monte, no Alentejo, como
eles falam.
Às vezes, quando brincam, fico assim a olhar para eles, para os meus netos, o grande neto
Grande, o Simão, que nasceu há onze anos e o grande neto Pequeno, o Tomás, a partir
de agora com nove e fico a imaginar que viagens irão fazer. Nessas alturas
sinto-me assim … desculpem o
atrevimento... um anjo da guarda.
Na verdade, que mais deve ser um
pai ou um avô que não um anjo da guarda.
Às vezes, não sabemos, não
percebemos, não queremos ou não podemos.
Mas é bonito, muito bonito.
A magia da avozice recorda-me frequentemente,
já aqui o contei, a fala de um Velho de Cabo Verde, amigo do meu amigo Amílcar,
que dizia a propósito do quanto gozava a sua condição de avô, "Se soubesse
que ter netos era assim, tinha tido os netos antes dos filhos".
Acho engraçada a ideia e
elucidativa deste mundo mágico, ser avô.
No entanto, a ordem das coisas é
a ordem das coisas, cresce um filho até ser Gente, vão crescer os netos até
serem Gente.
E eu espero estar por perto mais
algum tempo.
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