Era uma vez um homem, chamava-se
Indeciso. Era a pessoa que vivia com mais dúvidas, ou com menos certezas, como
quiserem.
Tudo começou em pequeno. Sempre
havia alguém por perto que decidia pelo Indeciso. De início não se sentia mal,
parecia-lhe bem, ter sempre quem dissesse como deveria viver. Em adolescente,
ainda tentou começar a decidir, mas já não foi capaz e, a partir daí,
resignou-se. As expressões mais utilizadas por si eram “não sei bem”, “não
tenho a certeza”, “que devo fazer?”, etc.
O Indeciso cresceu então como
alguém decidiu que ele devia crescer fazendo aquilo que alguém decidia que ele
devia fazer.
O Indeciso trabalhou naquilo que
alguém decidiu que ele devia trabalhar. O Indeciso arranjou a família que
alguém decidiu que devia arranjar. Assim corria a sua vida, até que uma manhã,
depois de uma noite de dúvidas, desta vez em frente ao espelho, o Indeciso, por
uma vez, uma única vez, decidiu-se.
Os que o conheciam comentaram, “quem
diria, o Indeciso”.
1 comentário:
Belo texto!
Tanta indecisão, que acabou por decidir pôr um ponto final na sua vida.Quem diria...
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