quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

OS NEGÓCIOS DA FAMÍLIA - Um filme em permanente exibição numa terra perto de si


Outra vez e sempre.
A roda livre de impunidade e incumprimento dos mais elementares princípios éticos quando não da lei, produziu nas últimas décadas uma verdadeira família que, à sombra dos aparelhos partidários e através de percursos políticos, se movimentam num tráfego intenso entre entidades e empresas públicas e entidades privadas, envolvendo-se frequentemente em negócios que insultam os cidadãos. É por este tipo de situações que reforma do estado quer dizer cortes nos rendimentos das famílias.
Esta família alargada envolve gente de vários quadrantes sociais e políticos com uma característica comum, os negócios obscuros, e tem membros destacados como Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Duarte Lima, Isaltino Morais entre tantos outros com menos impacto mediático, mais discretos na função ou no comportamento.
Acontece ainda e isto tem efeitos devastadores, que muitos dos negócios que esta família vai realizando, envolvendo com frequência dinheiros públicos ou, caso da SLN/BPN, com consequências pesadíssimas para os contribuintes.
Entretanto, do outro lado desta família que se protege e apoia, temos quase três milhões de portugueses em situações de pobreza e exclusão, um milhão de desempregados e a esmagadora maioria da população esmagada por políticas de austeridade que sacrificam a dignidade e ameaçam a sobrevivência.
Todos os membros desta família, quando questionados sobre os seus negócios ou envolvimento em algo, afirmam, invariavelmente que tudo é feito tudo dentro da lei, nada de incorrecto e, portanto, estão sempre de consciência tranquila, recordo, por exemplo, as trapalhadas que envolveram gente de relevo, como "Dr." Relvas ou o Dr. Machete, e as suas afirmações sobre a tranquilidade em que repousava as suas consciências.
Alguém poderia explicar a esta gente que, primeiro, não somos parvos e, segundo, o que quer dizer consciência.
Esta é a pantanosa pátria, nossa amada. 

1 comentário:

Nadinha disse...

Só não concordo com um aspeto do que diz: não somos parvos?