A roda livre de impunidade e incumprimento dos mais
elementares princípios éticos quando não da lei, produziu nas últimas décadas
uma verdadeira família que, à sombra dos aparelhos partidários e
através de percursos políticos, se movimentam num tráfego intenso entre
entidades e empresas públicas e entidades privadas, envolvendo-se
frequentemente em negócios que insultam os cidadãos. É por este tipo de
situações que reforma do estado quer dizer cortes nos rendimentos das famílias.
Esta família alargada envolve gente de vários quadrantes
sociais e políticos com uma característica comum, os negócios obscuros, e tem
membros destacados como Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Duarte Lima, Isaltino
Morais entre tantos outros com menos impacto mediático, mais discretos na
função ou no comportamento.
Acontece ainda e isto tem efeitos devastadores, que muitos
dos negócios que esta família vai realizando, envolvendo com frequência
dinheiros públicos ou, caso da SLN/BPN, com consequências pesadíssimas para os
contribuintes.
Entretanto, do outro lado desta família que se protege e
apoia, temos quase três milhões de portugueses em situações de pobreza e
exclusão, um milhão e meio de desempregados e a esmagadora maioria da população
esmagada por políticas de austeridade que sacrificam a dignidade e ameaçam a
sobrevivência.
Todos os membros desta família, quando
questionados sobre os seus negócios ou envolvimento em algo, afirmam,
invariavelmente que tudo é feito tudo dentro da lei, nada de incorrecto e,
portanto, estão sempre de consciência tranquila, recordo, por exemplo, as
trapalhadas que envolveram gente de relevo, como "Dr." Relvas ou o
Dr. Machete, e as suas afirmações sobre a tranquilidade em que repousava as
suas consciências.
Alguém poderia explicar a esta gente que, primeiro, não
somos parvos e, segundo, o que quer dizer consciência.
Esta é a pantanosa pátria, nossa amada.
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