Era uma vez uma terra com gente fraca, há muitas terras com gente fraca. Nessa terra havia um Rapaz que alguns pensavam fraco, até porque só tinha doze anos e era pequeno, frágil. Alguns dos fracos daquela terra, pouco mais velhos que o Rapaz, achavam que ele era tão fraco que lhe batiam. Eram certamente rapazes doentes além de fracos, só os rapazes doentes e fracos batem nos rapazes que acham fracos. E os rapazes fracos e doentes batiam no Rapaz com regularidade.
As pessoas mais crescidas, fracas já se vê, não percebiam, não queriam perceber, não sabiam, não queriam saber, não viram, não queriam ver o que vinha acontecendo ao Rapaz. Algumas pessoas, ainda mais fracas, até diziam, queriam dizer, que nunca acontecia nada ao Rapaz.
Um dia, o Rapaz decidiu, sentiu, que era o tempo de não ser mais o fraco que alguns outros, os fracos, os fracos doentes, os fracos negligentes, os fracos incompetentes, achavam que ele era. Tomou a decisão mais corajosa que alguém com a sua idade alguma vez tinha tomado numa terra com gente fraca, a decisão dos fortes.
Correu, correu, correu e voou para muito, muito longe, para sempre.
É dos fracos que reza esta história, a trágica história de um rapaz forte numa terra de fracos. Voa Rapaz, este mundo de gente fraca não era o teu mundo.
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