quarta-feira, 10 de março de 2010

A ÁGUA NAS CABECINHAS NÃO FAZ BEM

É sempre com particular interesse que um cidadão atento e preocupado com a educação do país segue as declarações e intenções dos responsáveis políticos que a tutelam.
Fiquei então a saber que o facto de um pavilhão desportivo de uma escola de Beja, a D. Manuel I, de recente construção, não poder ser utilizado nos dias de chuva e de se tornar duríssimos nos dias de chuva se deve, não a erros de concepção ou construção, mas às “alterações no micro-clima de Beja provocadas pela bacia do Alqueva”. Esta justificação foi a avançada pela Senhora Ministra da Educação quando confrontada com o problema durante uma visita à escola D. Manuel I.
Não tendo assistido, não sei se os presentes se mantiveram sérios e circunspectos como deve ser perante uma ministerial presença. Mas explicar a chuva e o frio no pavilhão por causa do Alqueva não lembra nem numa aventura para crianças e adolescentes. Fica muito difícil que, ouvindo pérolas deste recorte científico e da mais fina responsabilidade política, possamos levar a sério o discurso político. Eu acho que a imaginação é fundamental, que a criatividade é imprescindível, mas francamente, o cidadão comum é uma pessoa com uma inteligência normal, com capacidade de entendimento básico do que observa à sua volta, não deveria ser assim desconsiderado.
Não é bonito, a sério, a gente às vezes parece, mas não somos parvos. A sério.

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