Há coincidências curiosas, embora nesta circunstância envolvida numa tragédia. A propósito do acidente nos Açores com um autocarro que transportava crianças, a Associação para a Promoção da Segurança Infantil vem recordar que a legislação não obriga à utilização nos autocarros de cadeiras de transporte adequadas ao peso e dimensão das crianças e sublinha ainda que os acidentes rodoviários são a maior causa de morte entre crianças e adolescentes.
A coincidência remete para o facto de que, segundo o JN, que coloca a matéria em primeira página, a PSP parece assumir a intenção de uma fiscalização rigorosa do comportamento dos peões avançando para a multa no atravessamento de vias de trânsito fora das passadeiras.
É curioso. Conhecemos e os números confirmam, o elevado número de vítimas de atropelamento e a irresponsabilidade cívica de muitos peões e condutores pelo que se pode compreender o zelo fiscalizador que levará à multa do peão o que, suponho, dará origem a interessantes discussões.
O que já tenho mais dificuldade em entender é a falta de legislação adequada para o transporte colectivo de crianças, exige-se o cinto que para crianças mais pequenas é ineficaz, e a pouca atenção dada à fiscalização do transporte de crianças mesmo nos carros dos papás, muitos deles peões atravessantes fora da lei.
Deverá ser uma questão de prioridades.
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