Uma das grandes instituições da nossa vida em comunidade é a “atençãozinha”. Todos nós gostamos de receber e providenciar uma atençãozinha. Não é atenção que nisso não somos particularmente gastadores e dadores, mas uma atençãozinha naquele recurso ao diminutivo que nos é peculiar, isso sim, gostamos.
Sentimo-nos sempre bem quando o lojista, depois de nos informar do preço de qualquer bem, nos diz com um ar solícito, “claro que se faz uma atençãozinha”. Nas grandes superfícies a “atençãozinha” tem o nome técnico de “desconto”, “saldo” ou “promoção” e não é, obviamente, uma atençãozinha personalizada, aliás, não é de todo uma atençãozinha. Muitas vezes é uma atenção mesmo “inha” mas não deixa de ser uma atenção e como nós gostamos de atenção.
Também gostamos de dar a perceber aos outros que lhes providenciamos uma atençãozinha. Quando damos atenção, mesmo “inha”, sempre obtemos atenção, e como nós gostamos de atenção.
É por isso que acho tão bonita esta nossa apetência pela atençãozinha. Acho mesmo que é algo que importa preservar e até promover e abusar. O dia corre-nos melhor quando recebemos uma atençãozinha. A vida fica mais risonha com a troca das atençõezinhas.
Sem atenção a vida fica muito difícil, diria impossivel, eventualmente poderíamos tentar dispensar a “atençãozinha”, mas não seria a mesma coisa.
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