quarta-feira, 3 de março de 2010

OS PAIS DOS BONS E OS PAIS DOS MAUS

Hoje contaram-me uma história curiosa. Numa escola com 2º e 3º ciclo os pais foram, como de costume, convocados para as Reuniões com os directores de turma no final do 1º período. Uma mãe ao chegar à escola e procurando a sala onde se realizaria a reunião, estranhou porque em duas salas contíguas constava a indicação da turma do seu filho, mas numa das salas estava afixado o nome dos alunos cujos pais aí se reuniriam e na outra sala o nome dos restantes alunos e onde se faria a reunião com os respectivos pais ou encarregados.
Ao começar a reunião a mãe manifestou estranheza face a distribuição dos pais por duas salas, nem sequer eram muitos os pais presentes, como também não é raro.
Solicitamente, a directora de turma explicou que numa sala estavam os pais dos bons alunos na outra os restantes pais. Acrescentou que assim era melhor para todos, os pais dos maus alunos não ficariam incomodados de se falar de alunos bem sucedidos e não se verificariam comparações humilhantes. Por outro lado, os pais dos bons alunos não teriam que estar a perde tempo e a incomodar-se com os problemas dos maus alunos. A mãe, origem da história, relatou que ninguém comentou a explicação da professora, mas quando percebeu que estava no grupo dos pais dos maus, mais uma vez pediu um esclarecimento porque apesar de não ser um aluno excelente, o seu filho só tinha positivas pelo que não percebia porque estava naquele grupo. A directora de turma esclareceu que, de facto, aquele aluno tinha notas positivas mas "portava-se mal" nos intervalos e por isso não estava grupo dos bons.
É também por este tipo de questões que tanto me interesso pelo mundo da educação, a capacidade de inovação, a criatividade, não têm limites. A incompetência, ainda que eventualmente bem intencionada, também não.