Um estudo hoje divulgado e realizado pelo Instituto de Ciências Sociais mostra que cerca de um terço dos inquiridos e com doença crónica não compram os medicamentos necessários por razões económicas. Neste cenário, é ainda de sublinhar que cerca de 28.1% não cuida da saúde oral e 21% de problemas do foro oftalmológico pela mesma razão, falta de recursos económicos.
Curiosamente, estes dados são conhecidos em pela discussão do Plano de Estabilidade e Crescimento que tem levantado fortíssimas críticas na medida em que no documento agora conhecido, o Governo estabelece que da poupança global a atingir, 28,3%, cerca de 3,9 mil milhões de euros, se verificará nas chamadas despesas sociais, segurança social, pensões e saúde e ainda que 9,4% da poupança global advirá da restrição de benefícios e deduções fiscais que atingirão rendimentos salariais superiores a 500 €.
Parece óbvio que importa promover poupança, combate ao desperdício e a à fraude mas este é um caminho perigoso.
Os destinatários das políticas sociais serão, na sua maioria, pessoas e agregados familiares em situação de vulnerabilidade e risco de pobreza, embora saibamos que existem abusos, fraudes e injustiças que urge corrigir.
Quando sabemos que um terço dos doentes crónicos, na sua maioria velhos, não compram os medicamentos de que precisam porque, simplesmente, não têm dinheiro para isso, estamos a alimentar uma sociedade que por este caminho implodirá nos seus valores sociais, promovendo e acentuando mecanismos de exclusão com preços certamente devastadores.
Nessa altura, não haverá estabilidade que resista e crescimento, só dos problemas.
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