segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

"UM REI FRACO FAZ FRACA A FORTE GENTE", CAMÕES

O sistema educativo português na sua errática mudança avançou no âmbito da chamada autonomia. Hoje em dia, as escolas, os agrupamentos, podem decidir sobre um conjunto de matérias fundamentais ao bom andamento do seu trabalho e à qualidade do mesmo. Muito ainda muito está por fazer em matéria de autonomia e, portanto, importa avaliar o caminho percorrido e a melhor forma de prosseguir.
O nível de autonomia apesar de tudo conseguido e o actual modelo de gestão com a introdução, controversa face à tradição, da figura director veio acentuar o papel que a liderança desempenha. Não é nada de novo, em todos os domínios os estudos evidenciam o impacto que a qualidade das lideranças tem no desempenho qualitativo das instituições. No que respeita ao universo da educação sabe-se que lideranças de qualidade estão associadas a escolas com melhor clima de funcionamento, com menos absentismo docente e discente, com melhores resultados escolares e menos problemas de natureza disciplinar, com maiores níveis de cooperação entre profissionais, com melhor envolvimento com outras parceiros das comunidade, etc., só para citar alguns dos aspectos de maior relevância na vida das escolas e na qualidade da educação.
No entanto, existe sempre um mas, são conhecidas situações em que a definição e eleição para a função director de escola ou agrupamento foram permeáveis a outros critérios que não mérito e competência, o que também não se estranhando face ao cenário português, não deixa de inquietar.
Relembremos Camões que, sem estudos na área da liderança e gestão de recursos humanos, afirmava que um fraco rei faz fraca a forte gente.

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