Um tempo disponível e a necessidade de arejar as sinapses empurraram-me para uma corridinha ao fim da tarde, já bem de noite.
Para não variar começou a chover, daquela chuva miúda, persistente, que faz que não molha mas molha mesmo. Felizmente que inventaram umas fibras que sendo praticamente impermeáveis se mantêm respiráveis e que nos permitiram dispensar aqueles casacos pesados de nylon que quando não metiam água da chuva por fora, nos deixavam encharcados por dentro devido ao efeito de sauna.
Contente com esta cómoda solução têxtil e embalado pelo passo lento, lembrei-me, de repente, como seria interessante que se inventasse uma forma de proteger a vida dos miúdos das intempéries que alguns deles têm à volta e tornar a vida um pouco mais confortável. Poderia ser criado um dispositivo de protecção que fosse quase impermeável às agruras dos tempos maus, protegendo-os das mais pesadas pois também é preciso passar por algumas e que, ao mesmo tempo, fosse respirável, ou seja, não fosse um dispositivo que os mantivesse numa redoma estanque e os asfixiasse, mas sim algo que lhes permitisse continuar a respirar, a viver. Um dispositivo desta natureza seria um bem precioso.
Mas esta é uma ideia completamente disparatada que seguramente foi motivada pela água que entretanto fui apanhando na cabeça. Quem me mandou correr à chuva.
2 comentários:
Não com a mesma genialidade, mas tenho acompanhado o pensamento, aqui nos meus...
Um abraço
Um abraço, companheiro
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