segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

VIVER DE QUÊ?

Para 2010 os maus indicadores acentuam-se, comparando os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional e os da Segurança Social, existirão cerca de 170 000 pessoas desempregadas sem acesso a subsídio de desemprego, seja por não terem trabalhado o mínimo de dias exigido, seja por terem excedido o tempo em que o podem receber. Este número representa uma subida de 10% relativamente a 2008. Sabe-se ainda que existem milhares de pessoas que recebem o subsídio social de desemprego destinado a pessoas que esgotaram o prazo sem encontrar trabalho.
Sabe-se também que o desemprego afecta sobretudo gente com menos qualificação e, naturalmente, as famílias com menos recursos nas quais não é raro existir mais do que um elemento sem trabalho.
Neste cenário pode colocar-se uma terrível questão, os 170 000 desempregados sem subsídio de desemprego e, muitos deles, sem apoios familiares, viverão de quê?
As instituições que operam na área dos apoios sociais continuam a referir o aumento brutal dos pedidos de apoio e sublinham a impossibilidade de responder a todas as solicitações.
Estes milhares de pessoas, vivendo debaixo de uma ameaça fortíssima à sua dignidade e sobrevivência encararão os próximos tempos de que forma? Que enormes riscos sociais estão a desenhar-se sem que se vislumbre a capacidade da comunidade para os minimizar?
É neste quadro que se torna imprescindível a definição global de prioridades e entendimentos entre as lideranças políticas, sociais e económicas no sentido de, apesar das diferenças, se encontrar uma base comum que devolva a esperança e possa, de facto, minimizar os problemas das pessoas.

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