A experiência de vida e a ciência mostram que viver com medo nos torna vulneráveis. Um estudo realizado pelo Instituto do Trabalho alemão vem mostrar que os portugueses e os húngaros são os povos da União Europeia que mais receio expressam face a perder o emprego.
Esta situação, que afecta toda a gente, reflecte-se sobretudo nos jovens que apesar de qualificados entram no mercado de trabalho e em condições de precariedade aceitam condições de trabalho baixas e sem qualidade. Essas condições mantêm-se porque se alimentam do medo que as pessoas têm de perder o emprego e da baixa capacidade de negociação que isso implica.
Segundo o mesmo estudo, divulgado no I, este efeito é potenciado quando envolve franjas populacionais já vulneráveis, caso de minorias ou de pessoas com baixo nível de qualificação.
Não é de hoje, provavelmente será de sempre, mas o medo ainda é uma extraordinária forma de exercer poder. Por isso, se torna imprescindível uma formação cívica e dispositivos de regulação social, política e económica que minimizem a criação e manutenção de sociedades de medo.
Curiosamente, o medo não se instala só na casa dos outros, como, por vezes, parece estarmos convencidos.
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