Os resultados da avaliação externa às escolas de 2008-2009 comentados no Público vêm, sem surpresa, mostrar que os resultados escolares e o comportamento dos alunos que frequentam escolas integradas em Territórios Educativos de Intervenção Prioritária não melhoraram significativamente, embora as escolas tenham procurado desenvolver estratégias de mudança.
De há muito que afirmo que o sistema educativo português, designadamente o subsistema público, é formado quase que exclusivamente por TEIPs, alguns Territórios Educativos de Intervenção Prioritária e muitos Territórios Educativos onde se faz a Intervenção Possível. Este quadro, traduzido nos níveis elevados de insucesso e abandono, decorre de muitas razões, umas mais interiores ao sistema educativo como políticas educativas erradas ou reformas sucessivas não avaliadas e sempre em alteração e outras de natureza mais geral como os modelos de desenvolvimento social e económico ou os fenómenos de guetização urbanística que criam ilhas de problemas que integram escolas de problemas.
Neste contexto e apesar dos esforços das escolas, dos professores, e de alguns meios acrescidos com que os TEIPs contam, não é previsível que a curto prazo as mudanças positivas possam ser significativas pelo que não surpreende a continuação dos maus resultados dos alunos e os problemas de comportamento. Um gueto terá sempre uma escola guetizada com uma população vulnerável ao insucesso e a problemas de natureza social. As respostas envolvendo obviamente a escola, transcendem a escola, é um problema de modelo social e de comunidade.
Não é um problema de conjuntura que pode, circunstancialmente, ser mais ou menos favorável, é um problema de estrutura.
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