sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

POBREZA E EXCLUSÃO

O ano que hoje começa será o Ano Europeu da Luta contra a Pobreza e Exclusão Social. Para além da retórica e iniciativas mais ou menos mediáticas a que tal definição dará origem, seria importante que, de facto, conseguíssemos avançar em termos globais e de forma consistente no combate às desigualdades. Os últimos dois anos foram particularmente gravosos no acentuar das desigualdades e na emergência de situações de pobreza atingindo camadas da população habitualmente em posição mais confortável. Cerca de 18% dos portugueses vivem abaixo do limiar de pobreza e os apoios sociais só chegam a 23% o que estabelece um cenário absolutamente devastador.
Num ano em que se anuncia e espera alguma recuperação económica, seria desejável que se repensassem os modelos de desenvolvimento e regulação no sentido de evitar que o funcionamento desregulado e selvagem dos mercados promova mecanismos de exclusão. É importante que se sublinhe e insista na responsabilidade social das empresas e em que as políticas sociais sejam presentes, justas e eficazes, mesmo contra as opiniões em voga defensoras da maior liberalismo e menos estado social.
Retomando o pensamento de Fernando Nobre, o presidente da AMI, parece imprescindível que as comunidades criem e formem, por exemplo através da educação, uma cultura de Cidadania Solidária. É um imperativo ético.

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