segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

AS ENXURRADAS

Felizmente chove embora lamente alguns estragos que o excesso de chuva possa causar. Até a Barragem do Alqueva lá no meu Alentejo vai cheia como o Rio Mira da conhecida moda. Não teremos falta de água no Verão, o que é bom.
Em alguns locais a terra já matou a sede, já não bebe mais água o que pode dar em enxurradas. Esperemos que tudo corra bem porque as enxurradas quase sempre causam preocupações.
Existe tanta gente que vê a sua vida completamente virada do avesso devido às enxurradas. Não me estou a referir às causadas pela chuva.
Estou a referir-me, por exemplo, aos miúdos cujas condições de vida são uma espécie de enxurrada que os submerge e coloca nos limites da sobrevivência.
Estou a referir-me a muita gente que afectada pelo desemprego vê uma onda devastadora invadir-lhe a vida deixando-a náufraga em águas revoltas.
Estou a referir-me à enxurrada de pobreza e exclusão que afecta fortemente uma parte importante das nossas comunidades.
No fundo, estou a referir-me às enxurradas que as tempestades na vida das pessoas causam e que, frequentemente, deixam marcas indeléveis.
Por vezes, depois das enxurradas surge uma Primavera regeneradora. Esperemos então que assim aconteça.

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