Há uns meses atrás, a propósito de um estudo realizado em Portugal mostrando como a obesidade infantil é já um problema de saúde pública implicando, por exemplo, o disparar de casos de diabete tipo II em crianças, relatei aqui no Atenta Inquietude a cena de um extremoso pai que, ao meu lado, proporcionava a uma criancinha com 8 ou 9 anos um pequeno almoço composto de três salgados e uma lata de cola. Curiosamente esse texto despertou algumas reacções vindas, creio, de algumas pessoas que entendem que qualquer discurso ou iniciativa no âmbito dos comportamentos configuram uma intromissão e desrespeito dos direitos individuais. Insisto na necessidade de iniciativas e discursos que promovam comportamentos mais saudáveis sobretudo quando se trata de crianças que são obviamente mais vulneráveis e desinformadas.
Neste contexto, entendo que se deve apoiar a prevenção inibindo, por exemplo, a publicidade televisiva em matéria de alimentação a alguns tipos de produtos durante os horários em que as crianças mais assistem, medida hoje divulgada. Os estudos mostram que a publicidade tem impacto nos comportamentos dos miúdos pelo que não sendo tudo é uma medida que me parece positiva. É da mesma natureza que não ter à venda nas escolas alimentos hipercalóricos, algo que até há pouco acontecia.
Provavelmente, teremos algumas reacções contra o chamado “fundamentalismo nos hábitos individuais” mas creio que é defensável a iniciativa.
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