Os resultados conhecidos dos
exames nacionais do 9º e 12º ano mostram uma tendência de subida ligeira, casos
de Português e Matemática em ambas as situações ainda que sem grande expressão
e uma descida de algum significado de Física e Química A no 12º.
Creio que para todos nós a
verificação de resultados positivos nos exames escolares é algo de positivo. No
entanto, é sempre difícil estabilizar análises comparativas. Agumas notas breves.
Recordo uma intervenção pública
ainda relativamente recente o presidente do Conselho Científico do Instituto de
Avaliação Educativa ter admitido que os exames têm sido uma arma privilegiada
na gestão política do sistema educativo. Através da "modulação", por
assim dizer, da sua dificuldade, poder-se-á influenciar os resultados no
sentido esperado e mais favorável a interesses de circunstância. Este
entendimento minimiza o impacto das análises comparativas. Veja-se, por
exemplo, a discussão recorrente e raramente consensual sobre o grau de
dificuldade e adequação dos exames. Esta discrepância acontece, sem estranheza,
até na apreciação do mesmo exame como repetidamente tem acontecido com os
exames de Matemática registando-se diferentes opiniões entre a Associação dos
Professores de Matemática e a Sociedade Portuguesa de Matemática.
No entanto, acredito que a tendência
de melhoria também se deve, evidentemente, ao trabalho de professores e alunos.
Acresce neste quadro de variação
que no caso do secundário existe sempre o risco de contaminar o acesso ao
ensino superior pois, erradamente, este está excessivamente dependente das
notas no secundário. Aliás e por esta razão vi referida a preocupação com o
impacto que a descida a Física e Química A terá no acesso aos cursos de
medicina.
A minha questão relativamente a
estas matérias é o que fazer com os resultados dos exames dado que apesar da
melhoria das médias o volume de retenções ainda é bem preocupante. E isto não
tem rigorosamente a ver com os exames, está a montante, tem a ver com dispositivos
de apoio e currículos, por exemplo.
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