A imprensa em feito eco dos problemas
verificados em algumas escolas pela incapacidade de acolher todos os alunos que
nelas se querem matricular. Tentando respeitar os critérios definidos por lei,
que como em qualquer circunstância podem ser discutíveis, alguns encarregados
de educação tentam conseguir o desejado lugar recorrendo a moradas falsas no
sentido de cumprir um dos critérios, morar na zona geográfica de cobertura pela
escola. Esta situação ocorre em várias escolas e parece claro que dificilmente poderão as escolas
contornar este expediente habilidoso.
Como temos um sistema altamente
centralizado, com gestão economicista de recursos e com falta de autonomia das
escolas e agrupamentos, para além da capacidade, existente ou não, dos
equipamentos, as escolas dificilmente poderão aumentar a capacidade de resposta
pelo que o problema é complexo.
Do ponto de vista dos pais parece
clara e aceitável a tentativa de colocar os filhos nas escolas que sejam mais
positivamente consideradas. Por outro lado, a generalidade dos critérios
definidos parece ajustada pelo que se põe a questão como resolver a situação.
Para além de soluções pontuais inconsequentes creio mesmo que o caminho só pode ser incentivar e criar condições para que
TODAS as escolas possam ser escolas públicas de qualidade acomodando TODOS os alunos. Para isso precisam
de recursos, autonomia e dispositivos de regulação para ajustarem a sua
resposta às necessidades das populações que servem, uma variável fortemente associada à qualidade dos processos educativos.
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