quinta-feira, 13 de novembro de 2014

UMAS NOTAS SOBRE O ABAIXAMENTO DO ABANDONO ESCOLAR PRECOCE

"Portugal foi o país que mais reduziu o 

abandono escolar"

De acordo com o Relatório "Education and Training Monitor 2014" a ser divulgado hoje pela UE, Portugal foi o país da União Europeia que mais progrediu, entre 2010 e 2013, no combate ao abandono escolar precoce, passando de 28, 3% para 18,9% o número de jovens entre os 18 e os 24 anos que deixaram a escola sem concluir o ciclo em que se encontravam.
No entanto, apesar deste salto ainda continuamos nos últimos lugares e muito longe da meta estabelecida pela UE de 10% de abandono precoce para 2020.
É importante registar esta diminuição no abandono escolar precoce, a exclusão escolar é, quase sempre a primeira etapa da exclusão social e em países mais desenvolvidos e, portanto, como maiores exigências de qualificação dos seus cidadãos, o sucesso educativo é uma questão central e a base de um futuro melhor.
No entanto, julgo pertinente chamar atenção para que não se caia na tentação, está acontecer, de que a manutenção dos jovens no sistema educativo, que por princípio é boa, naturalmente, seja promovida em torno de modelos de elitização do ensino e de uma resposta de "segunda" para os outros.
Como muitas vezes afirmo temos que estruturar percursos formativos diferenciados, nem todos têm que acabar no ensino superior, evidentemente, mas esta diferenciação na oferta formativa e na duração dos percursos de educação e qualificação não pode assentar na ideia de percurso de "primeira", para os mais dotados, e de percursos de "segunda" para os outros.
Os estudos, mostram sem surpresa, aqui a tradição ainda é o que era, que o abandono precoce têm ainda uma profunda marca de classe, ou seja, atinge predominantemente  as famílias menos qualificadas e de menor estatuto social, económico e cultural. Se estes jovens são empurrados para vias de "segunda" a mobilidade social" está evidentemente comprometida. As experiências de outros países mostram claramente estes riscos, veja-se o caso da Alemanha e os efeitos do seu modelo de ensino dual.
Recordo também o Programa Novas Oportunidades que partiu de uma boa ideia e se abastardou quando passou a ser uma ferramenta de promoção rápida de certificação escolar para criar estatísticas s simpáticas, mas sem corresponder a efectiva qualificação, pois certificar à pressa, não é qualificar.
Vamos acompanhando.

Sem comentários: