"Portugal foi o país que mais reduziu o
abandono escolar"
De acordo com o Relatório "Education
and Training Monitor 2014" a ser divulgado hoje pela UE, Portugal foi o
país da União Europeia que mais progrediu, entre 2010 e 2013, no combate ao
abandono escolar precoce, passando de 28, 3% para 18,9% o número de jovens
entre os 18 e os 24 anos que deixaram a escola sem concluir o ciclo em que se
encontravam.
No entanto, apesar deste salto
ainda continuamos nos últimos lugares e muito longe da meta estabelecida pela
UE de 10% de abandono precoce para 2020.
É importante registar esta
diminuição no abandono escolar precoce, a exclusão escolar é, quase sempre a
primeira etapa da exclusão social e em países mais desenvolvidos e, portanto,
como maiores exigências de qualificação dos seus cidadãos, o sucesso educativo
é uma questão central e a base de um futuro melhor.
No entanto, julgo pertinente
chamar atenção para que não se caia na tentação, está acontecer, de que a
manutenção dos jovens no sistema educativo, que por princípio é boa, naturalmente,
seja promovida em torno de modelos de elitização do ensino e de uma resposta de
"segunda" para os outros.
Como muitas vezes afirmo temos
que estruturar percursos formativos diferenciados, nem todos têm que acabar no
ensino superior, evidentemente, mas esta diferenciação na oferta formativa e na
duração dos percursos de educação e qualificação não pode assentar na ideia de
percurso de "primeira", para os mais dotados, e de percursos de "segunda"
para os outros.
Os estudos, mostram sem surpresa,
aqui a tradição ainda é o que era, que o abandono precoce têm ainda uma
profunda marca de classe, ou seja, atinge predominantemente as famílias menos qualificadas e de menor
estatuto social, económico e cultural. Se estes jovens são empurrados para vias
de "segunda" a mobilidade social" está evidentemente
comprometida. As experiências de outros países mostram claramente estes riscos,
veja-se o caso da Alemanha e os efeitos do seu modelo de ensino dual.
Recordo também o Programa Novas
Oportunidades que partiu de uma boa ideia e se abastardou quando passou a ser
uma ferramenta de promoção rápida de certificação escolar para criar estatísticas
s simpáticas, mas sem corresponder a efectiva qualificação, pois certificar à
pressa, não é qualificar.
Vamos acompanhando.
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