segunda-feira, 10 de novembro de 2014

POBREZA, O MAIOR FALHANÇO DAS SOCIEDADES ACTUAIS

"Os pobres de Lisboa ficaram mais pobres nos últimos três anos"

"Subsídio só é atribuído a um terço dos 

desempregados"

A pobreza e a exclusão deveriam envergonhar-nos a todos, a começar por quem lidera, representam o maior falhanço das sociedades actuais.
Afirmo com frequência que uma das consequências menos quantificável das dificuldades económicas, sobretudo do desemprego, em particular o de longa duração e de situações em que o tempo obriga a perder o subsídio, é o roubo da dignidade às pessoas envolvidas.
Também sabemos que se verifica oportunismo e fraude no acesso aos apoios sociais, mas a esmagadora maioria das pessoas sentem a sua dignidade ameaçada quando está em causa a sobrevivência a que só se acede pela “mão estendida” que envergonha, justamente por uma questão de dignidade roubada.
A questão da pobreza é um terreno que se presta a discursos fáceis de natureza populista e ou demagógica, sem dúvida. Mas também não tenho dúvidas de que os problemas gravíssimos de pobreza que perto de três milhões de portugueses conhecem, exigiriam uma recentração de prioridades e políticas que não se vislumbra. Na verdade, apesar da retórica oficial de que existiu e existe justiça social nas medidas de austeridade, o que é verdadeiramente insustentável é que as políticas assumidas, por escolha de quem decide, por cá e noutras paragens, produziram mais exclusão e pobreza.

Mais preocupante é a insensibilidade da persistência neste caminho.

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