Num dia lindíssimo após tantos dias de chuva, estou no
Funchal para participar no Congresso do Sindicato dos Professores da Madeira. O
convite gentil envolve abordar “A Declaração de Salamanca: 20 anos depois”.
A Declaração emanada na reunião de Salamanca, em 1994,
depois da Conferência de Jomtiem em 1990 sob o lema "Educação para
Todos", lançou os fundamentos e os compromissos políticos para a promoção
da Educação Inclusiva.
A educação inclusiva não decorre de uma moda ou opção
científica, é matéria de direitos pelo que deve ser assumida através das
políticas e discutida na sua forma de operacionalizar. Aliás, poderá
afirmar-se, citando Biesta, que a história da inclusão é a história da
democracia, a história dos movimentos que lutaram pela participação plena de
todas as pessoas na vida das comunidades, incluindo, evidentemente a educação.
Nesta perpectiva, os tempos que vivemos são tempos de
exclusão, de competição, de desregulação ética e de oscilação de valores que
atingem, evidentemente, os mais frágeis, caso das crianças e jovens com
necessidades educativas especiais e as suas famílias. As políticas educativas
em curso são particularmente inquietantes deste ponto de vista.
Vejo mais razões para recordar os princípios da Declaração
de Salamanca do que para comemorar a Declaração de Salamanca.
Vamos ver o que acham os colegas professores da Madeira.
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