terça-feira, 25 de novembro de 2014

OS "NOVOS PARADIGMAS" QUE NASCEM VELHOS

"Educação: É essencial fundamentar em vez de enunciar “novos paradigmas”"

Paulo Guinote coloca hoje um artigo de opinião no Público no qual manifesta a sua resistência à facilidade com que se evoca a necessidade ou se estabelecem “novos paradigmas” no universo da educação.
É uma abordagem interessante e que deve ser considerada. Também eu quando oiço referências esta natureza, novos “paradigmas”, me recordo sempre da "Invenção do Dia Claro", em que Almada Negreiros dizia, "Nós não somos do século de inventar palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do século de inventar outra vez as palavras que já foram inventadas”.
Na verdade, o que é essencial em educação está inventado e é conhecido, designadamente pelas pessoas da educação.
O que nós precisamos é de condições, de natureza diferenciada, para que o essencial seja feito e bem feito.
O que nas mais das vezes temos é um abastardamento intencional das palavras que conhecemos para servir agendas de interesses que se servem da educação mas não são a educação. Podemos ter como exemplo, é o que Guinote também aborda, a questão da autonomia.
Não precisamos de “novos paradigmas” sobre autonomia da escola, precisamos de … autonomia da escola. As pessoas da escola, docentes, directores, pais, pessoas da academia, não precisam de “novos paradigmas”, precisam que a educação e a escola pública não sejam, como outras áreas objecto da conflitualidade de interesses económicos ou da partidocracia, seja a nível central ou local.
As pessoas da escola entendem-se sobre autonomia ou sobre outras matérias sem necessitar de “novos paradigmas.
Os “novos paradigmas” são, muito provavelmente, parte do problema e não parte da solução.

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