"Cada vez mais pais deixam de poder pagar pensões de alimentos aos filhos"
Por razões que se prendem sobretudo com o desemprego está a
subir exponencialmente o número de situações em que os pais obrigados
legalmente ao pagamento de “pensões de alimentos” aos filhos em consequência de
separação conjugal, deixam de efectuar o pagamento dessa pensão. Em 31 de
Outubro o número de situações desta natureza já tinha aumentado 16.2% face a
2013, obrigando a que a Segurança Social processe esse apoio por decisão dos
Tribunais de Família.
Não é difícil adivinhar o cenário negativo que tudo isto
implica para a vida de milhares de crianças e respectivos pais cujo
incumprimento no pagamento e separação familiar não implica na maioria dos
casos negligência, mas impotência e sofrimento.
As dificuldades das famílias e o que dessas dificuldades
penaliza e ameaça os mais pequenos, é demasiado importante para que não
insistamos na atenção a estas questões. Todos os estudos e indicadores
identificam os mais novos como o grupo mais vulnerável ao risco de pobreza que,
como vimos, continua a aumentar num contexto de enormes constrangimentos
nos orçamentos familiares.
Na verdade, nas escolas sente-se bem, as dificuldades que
afectam directamente a população mais nova são algo de assustador. Esta
realidade não pode deixar de colocar um fortíssimo risco no que respeita ao
desenvolvimento e ao sucesso educativo destes miúdos e adolescentes e portanto,
à construção de projectos de vida bem-sucedidos.
As palavras de Augusto Gil de 1909 estão tragicamente
actualizadas.
(...)
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!
(...)
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