terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A NÓDOA

Uma vez, numa terra, uma nódoa caiu num pano. O pano era dos bons pois, como sabem, é no melhor pano que cai a nódoa. Só que a nódoa também era das boas e rapidamente se percebeu que era resistente, veio para ficar. Dos muitos e diversificados produtos e procedimentos que foram utilizados, nada removeu a nódoa, continuou viva, brilhante e desafiadora. As pessoas começaram a ficar verdadeiramente curiosas com aquela nódoa, Os cientistas realizaram aturadas investigações, sempre infrutíferas, nada conseguia eliminar a nódoa que, entretanto, se multiplicava. Os criativos, na ideia de que “se não podes vencê-los, junta-te a eles”, viram uma janela de oportunidade e começaram a produzir peças e materiais com nódoas, ou seja, a nódoa virou moda. Como não podia deixar de ser, os mais abastados tinham mais nódoas, os mais pequenos começaram desde cedo a pedir nódoas aos pais e começaram os primeiros roubos de nódoas.
A classe política, como de costume, rapidamente se apropriou da nódoa, isto é, reclamou para si a ideia e origem da nódoa, bem como dos destinos da nódoa. Em caso de eleições todos prometiam mais e melhores nódoas. Com o tempo, as nódoas foram-se dispersando e chegando a cada vez mais gente e cada vez mais terras, até se desenvolveram alguns conflitos por causa das nódoas.
Assim se criou o mundo cheio de nódoas que actualmente conhecemos.

2 comentários:

joshua disse...

Enquanto lia o teu fantástico texto, Zé, só me ocorria pensar na Mancha Negra em que a Nódoa se converteu às mãos 'determinadas' do lamentável e asinino PM.

Um Abraço

joshua

luis disse...

Tanta nódoa que até há um site que se chama Nódoa T-shirts... (www.nodoa.net)